Parece que a esperança ainda é viva ?

Novo ano projectos novos ou velhos? Foi interrogação que nos ocorreu quando lemos as declarações do Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Joaquim Morão, prestadas na corrente edição do Jornal do Fundão. Rejubilámos com o anuncio do edil idanhense/albicastrense que o grande investimento para 2007« é a requalificação de toda a zona antiga da cidade» acrescentando que: «A Câmara Municipal vai dar um grande impulso ao Centro Histórico de Castelo Branco, onde vai investir 7, 5 milhões de euros». Assim mesmo! O custo da intervenção é apresentado para o Povo se impressionar com a pujança económica do projecto.

Segue-se o enunciado das obras previstas: «Será requalificado o Castelo, a Praça Postiguinho de Valadares com o edifício da PT e a Praça Luís de Camões. Será também construído o parque de estacionamento subterrâneo no Largo de São João e requalificada a muralha com um espaço de lazer e panorâmico, como é o passeio da Muralha» afirma Morão, realçando que: «É um investimento muito importante e que dinamizará o centro histórico da capital de distrito». É excelente indício que palavra requalificação apareça, nesta declaração, tão repetida. Esperamos é que tudo o que ela significa seja tido em consideração à hora da materialização dos projectos Projectos aliás, que só para o cidadão desatento é que são inovadores. Basicamente são os mesmos que haviam sido apresentados pela Sociedade Pólis Castelo Branco e que por várias razões não foram desenvolvidos. Intervir nas zonas históricas é muito mais, mas mesmo muito mais do que obras de construção civil camuflando com betão armado a ruína da cidade histórica. A ver vamos. Estaremos, desta vez, muito mais atentos para que, e por exemplo, as conclusões dos apressados acompanhamentos arqueológicos realizados com diminutos meios, durante as empreitadas do Pólis albicastrense sejam outros que o desta trivialidade: (Durante os trabalhos arqueológicos realizados no Largo da Sé, Rua da Sé e Praça D. José I, não foram identificados vestígios com interesse arqueológico. Durante os trabalhos arqueológicos realizados nos futuros parques de estacionamento e túneis da Devesa, não foram identificados vestígios com interesse arqueológico. Durante os trabalhos arqueológicos realizados no Jardim do Paço Episcopal, não foram identificados vestígios com interesse arqueológico. Centro de Monotorização e Interpretação Ambiental: Durante a fase de escavação da área para implantação do novo edifício não forma detectados quaisquer vestígios de interesse arqueológico, uma vez que nos encontramos numa zona de formação granitica, identificando-se o substrato rochoso à superfície, como é confirmado através do levantamento fotográfico.). Uma realidade que já é lida como a maior excepção da arqueologia urbana portuguesa. E nós que pensávamos que grande parte da história albicastrense ainda jazia no sub-solo. Qual quê?