Reprodução de um dos seus primeiros sobre Desenvolviemnto Regional. A reler por certos perspectivistas cá da praça
Paralelamente à publicitação (de borla note-se) aqui no Blog de estudos e trabalhos que têm tido como base realidades económicas, sociais e culturais beiroas do passado e do presente, exercícios que se estabeleceram em diversas áreas disciplinares, queremos começar a prestar homenagem a alguns dos principais obreiros regionais nesses domínios do saber.
Começamos, com toda a justiça, pelo Dr. Manuel Martins Lopes Marcelo por lhe reconhecermos uma atitude quase pioneira no âmbito dos trabalhos em prol da compreensão das dinâmicas do nosso desenvolvimento local e regional. Com efeito já desde a década de 80 que Lopes Marcelo se tem vindo a dedicar a ‘perspectivar’ (no bom sentido) futuros para a região, elaborando e publicando interessantes análises da realidade nem sempre reconhecidos e aplicados por quem de direito...
Beirão assumido, raiano, é natural das Aranhas aldeia do concelho de Penamacor, Lopes Marcelo nasceu em 1949. O autor, apesar de ocupar vai para alguns anos o cargo de Director Regional do IFADAP, tem sabido compaginar as análises locais tão tristemente reais com as virtuais de geografias oníricas muito mais alargadas. No seus estudos, porém, transparece sempre um salutar equilíbrio e uma carga reivindicativa justa e sentida.
Conhecemos o Dr. Lopes Marcelo desde a nossa juventude. Não propriamente de o ver ligado a estas coisas do desenvolvimento regional, mas como um animador e promotor cultural de excelência, principalmente na difusão do teatro e do associativismo. Recordamos, por exemplo, a criação do Grupo de Teatro Gente Nova de Castelo Branco que ajudou a lançar e a motivar tantas pessoas para os assuntos culturais. Gente então dita nova que, infelizmente, envelheceram depressa Hoje dizem ‘gerir’ os destinos de alguma da cultura e das artes albicastrenses. Pois. É pena que às vezes se esqueçam é das tais origens... Mas isso são outras estórias do peculiar campo sociológico cultural de Castelo Branco. Hoje, a acção de Lopes Marcelo é determinante em associações como o velho Club de Castelo Branco ou a Associação dos Amigos do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior. È o seu verdadeiro motor.
O Dr. Lopes Marcelo tem igualmente desenvolvido uma atenção especial ao registo das nossas especialidades culturais mais tradicionais em textos (como «Aranhas- Ontem e Hoje” ou Beira Baixa-A memória do Olhar», etc) onde desenvolve uma interessante conjugação entre etnografia caseira ou doméstica com a nota histórica de pendor erudito. São textos que apelam à redescoberta de tempos idos e onde se cruzam sentimentos de nostalgia profunda com uma intima vontade do surgimento de uma nova modernidade para as nossa identidade colectiva.
É o seu lado humanista que aí aflora. Continue.