Depois de sair do serviço, acompanhado da minha filha, visitei a exposição sobre a Senhora do Almortão, no Centro Cultural Raiano em Idanha-a-Nova. A exposição está dividida por duas salas, bem compostas. Estão expostos os pequenos grandes tesouros da santa, desde inúmeros objectos de ouro, fruto da doação dos crentes, até às vestimentas com que a Santa regularmente é vestida pelas mordomas. Enfim está lá quase tudo, mas sente-se sobretudo a falta da artista principal, ou seja a santa. Muito gostariamos que a Senhora do Almurtão estivesse presente nesta homenagem a si dedicada. Achei igualmente a falta da muita bibliografia que se escreveu e das bandas sonoras publicadas por inúmeros artístas. Senti igualmente a falta de uma música de fundo com os adufes e os cantares das raianas, desafinadas, encantadoras.
A nível técnico senti uma vez mais que as coisas foram feitas apressadamente. Falta sinalética, faltam legendas, falta um catálogo.
Mas no geral gostei e fiquei impressionado com a valia, popular ou artística, de muitas peças.
Só fiquei desiludido com a forma como apresentaram a ara de Igaedus, divindade índigena, documentada numa ara encontrada nas traseiras da capela e levada para uma casa particular de Alcains, um simples desenho muito esquemático. Igaedus mereceria mais, pois a Santa só herdou o seu lugar e as suas funções.