Em princípios do século XX, Francisco Tavares Proença Júnior conseguiu adquirir para o então Museu Etnológico ao senhor António Trindade de Monsanto, uma pedra com letras já citada por Hübner (CIL 435), encontrada nos arredores de Monsanto da Beira. A acreditar nas palavras de Félix Alves Pereira, a pedra foi enviada para Lisboa. Mas, face aos factos, a pedra nunca deve ter chegado a Belém. A coisa caiu no esquecimento, apesar de continuar a ser amplamente citada nalguns trabalhos epigráficos. Quanto ao original tinha-se perdido o seu rasto irremediavelmente.
Passados algumas dezenas de anos, eis que a pedra aparece "por acaso" muito distante da sua região de achamento, mais concretamente na Quinta da Graciosa, freguesia de Arcos, concelho da Anadia. Graças ao olho clínico de Artur Côrte-Real ficamos a saber que estava a fazer de perna a uma mesa de jardim na quinta do senhor Marquês.
Como foi aí parar? Recordemo-nos que quando desapareceu já fazia parte das colecções do MNAE. Assim sendo porque a pedra não foi devolvida ao MNAE ou à colecção epigráfica de Idanha-a-Velha?
Desde que foi re-achada já lá vai mais de uma década; de que estarão à espera os responsáveis para reaver tal peça? Legalmente a inscrição pertence ao ESTADO desde pelo menos 1909. Então, porque é que continua em posse de particulares?
Leitura (seg. A. Corte-Real): IOVI / CRHYSE / ROS.IGA / DITANO / RVM LIB / V.L.A.S
Bibliografia
Corte Real, Artur – Um monumento ressuscitado: CIL 435, Materiais, Ano 1, 2ª série, nº 0, 1996, Castelo Branco, p. 53-55.