Apresentamos a capa da separata relativa ao distrito de Castelo Branco da obra «Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado», edição promovida pelo defunto IPPAR em 1993,que teve como coordenação geral o arquitecto Flávio Lopes. Eram outros os tempos sem dúvida. Por exemplo, a cultura ao nível governamental, era uma simples Secretaria de Estado. A sede «regional» situava-se então em Coimbra sob a batuta de Maria Manuela Barata. Veio o governo do Senhor ENGENHEIRO António Guterres com o ideário da regionalização cultural e outras. Num exemplar esforço de descentralização surgiram com o Ministro Carrilho as delegações regionais do IPPAR sedeado em Castelo Branco e do rocambolesco IPA com sede na Covilhã. Distribuiu-se, assim, a gestão da do património por duas equipas cujo trabalho, parece-me, deverá ser, realisticamente, avaliado. A bem de todos, dos dirigentes, dos técnicos (alguns a recibo verde), das autarquias, das comunidades em geral, meus senhores, façam contas com a vossa ilustre memória funcional. Temos vindo a repetir (e toda a gente o diz à boca pequena) que a real (não a idealizada) situação actual do património de natureza arqueológico, construído ou monumental não é famosa. Dirão: Se cá não estivesse o IPA ou o IPPAR tudo estaria pior. Será mesmo assim? Pois bem. Eu como contribuinte pergunto: gostaria de ser informado o que é que andaram a fazer nestes anos todos. Já sei que lançaram obras de reabilitação, analisaram muitos projectos, deram muitas autorizações para prospecções arqueológicas, entreteram-se em congressos, mesas redondas e afins... E que mais? Falámos com muitas Câmaras e andamos de GPS na mão a relocalizar arqueossitíos (neste caso, alguns até foram alvo de georeferenciação no Verão e no Inverno…). Mas está tudo bem melhor é verdade. Mas sabem porquê? Porque a sociedade no seu todo também já está melhor. Agora que como beirão, me custa ver a minha região na subserviência operacional de Coimbra. Dirão também: Fica tudo na mesma. O mundo está cada vez mais pequeno e tudo está à distância de clic. Sim, sim. Voltemos à separata. Total dos Imóveis Classificados e respectivos graus de classificação- Castelo Branco: Monumentos Nacionais: 7;Imóveis de Interesse Público 48; Valor concelhio 6. Há mais classificados era só o que faltava se não. Mas basta dar uma volta pelas zonas envolventes dos que estavam classificados em 1993, para chegarmos hà triste constatação que a dita cuja presença e proximidade do IPPAR junto dos seus objectos se sentiu muito pouco ou nada. Quanto ao IPA … Por exemplo, essa da ‘doideira’ da georeferenciação e relocalização para engrossar currículos pessoais, entre outras, fica para outro dia.
Facto
COIMBRA-MAIS UM
INTERIOR-UM A MENOS.