Já foi encontrado o responsável pelo dito atentado patrimonial de que foi recentemente alvo a milenar ponte de Segura. Trata-se da empresa «H-Tecnic». Mas a tão danosa intervenção foi o resultado do concurso público nº 641/2005/EMP/DECTB EN 355-1 - Ponte internacional de Segura sobre o rio Erges - reabilitação e reforço estrutural. ».
Trataram-se de obras perfeitamente legais. Contudo algumas interrogações nos surgem:
1º Quem é que encomendou as obras da ponte? A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova? As Estradas de Portugal?
2º A ponte que é internacional está sujeita a algum regime de classificação patrimonial?
3º A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova não sabia da empreitada? Ou nem sabe de que se trata de uma VERDADEIRA ponte de origem romana?
Isto é grave tendo em consideração que a CMIN tem ao seu dispor pelo menos dois arqueólogos que pelo resultado ignoram o que sucede ao património do nosso concelho.
Temos mais algumas questões. Por agora chega. Mas que isto é muito mau para uma imagem positiva e responsável da Cultura e para o Turismo do nosso querido concelho de Idanha-a-Nova é. A não ser que seja tudo a brincar…
Entretanto, transcrevemos um comentário publicado pelo Carlos Boavida no Archport : « Há poucos dias visitei a ponte de Segura, como é conhecida na região da Raia Beirã, recentemente "restaurada", como constatei. A estrutura foi integralmente limpa e encontra-se tão imaculada como nos tempos em que foi construída.
No entanto, houve um facto que chamou a minha atenção, as sapatas dos pilares foram acimentadas de forma irreversível, muito acima da superfície das águas do Erges. Desconheço os tramites do processo, mas acho que talvez fosse possível fazer a manutenção desta estrutura de uma forma menos atentatória.
Por outro lado, lamento que esta ponte, parte integrante da antiga estrada romana Mérida-Braga, com passagem por Alcántara (a poucos quilómetros do local), raramente seja mencionada como ponte romana nos roteiros turísticos da região e que inclusivamente não exista nenhuma informação sobre a mesma no local.».
Que o pessoal (são tantos e tantas) do turismo da autarquia idanhense responda. Quanto à desgraçada ponte, solidariedade entre nós, técnicos e investigadores descomprometidos com a “cloaca”. Segura é das raras pontes romanas de PORTUGAL. Metade, ainda é, acho, NOSSA.
PS-O nosso amigo Sr. arquitecto José da Conceição Afonso, ex-director do IPPAR , agora ‘grande chefe ‘ do IGESPAR sabia ou não de mais este notável melhoramento do património raiano. E já agora porque não outra rota? A rota das pontes restauradas.