Jornadas Europeias do Património 2007: Refectindo?


Um pouco por todo o país vai-se desenrolar um alargado conjunto de actividades dentro das Jornadas Europeias do Património de 2007 - "PATRIMÓNIO em DIÁLOGO". No distrito de Castelo Branco, as comemorações são focalizadas em Vila de Rei como já noticiámos e no Fundão. Talvez valha a pena atender igualmente ao que se vai passar em Mação, em Trancoso ou noutros locais cuja distância se vence hoje facilmente.

Quanto às Jornadas de Vila de Rei apenas umas considerações. Desejamos que sejam um êxito e que os seus participantes troquem muitas experiências e saberes. Afinal intitulam-se como as «1.as Jornadas do Património Histórico-Cultural e Arqueológico do Distrito de Castelo Branco» de primeiras têm pouco mas isso é um pormenor. Não entendemos é como estas Jornadas tem como grande objectivo e «pretendem dar a conhecer um pouco do Património de cada um dos 11 municípios que constituem o Distrito de Castelo Branco e, que se têm afirmado pela forte expressão das suas tradições e da imponência de muitos dos monumentos que o ilustram.» como se lê na convocatória oriunda dessa autarquia. Lá está a palavra IMPONÊNCIA, que transporta uma ideia ausente e bem dos ideais do IGESPAR. Leiam lá:

«O tema escolhido pelo IGESPAR para parte da ideia-base de que todas as comunidades possuem os seus monumentos de referência, mas que é importante ter em consideração que tais realizações não estão isoladas do tecido cultural que as envolve e que as justifica. Com o objectivo de contribuir para o reconhecimento, protecção e valorização das paisagens culturais nas suas múltiplas dimensões - humana, cultural, simbólica e memorial - convidamos o público a "sair" do monumento e a tentar compreendê-lo nas múltiplas vertentes que caracterizam a sua envolvente.» Não se fala de patrimónios imponentes…

Algo que também ainda não percebemos é isto da – «REDE CULTURAL e CARTA PATRIMONIAL do Distrito de Castelo Branco» que vai merecer uma comunicação por parte de Lopes Marcelo, da Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares e Proença Júnior. A confusão entre geografias, instituições, actores, legitimações, abrangências, participações técnicas e cientificas reais e academicamente acreditadas, (não empiricamente e nas mãos da “boa vontade” de uns jeitosos) etc, etc, etc , entre a rede e a carta e a carta e a rede patrimonial tem eco num dos seus membros mais destacados Luís Norberto Lourenço. “No que respeita à REDE CULTURAL e à CARTA PATRIMONIAL DA BEIRA BAIXA, convém lembrar alguns factos...No âmbito da "Feira do Livro Regional da Beira Baixa" (FLRBB), a qual decorreu entre 4 a 8 de Outubro de 2006, no Clube de Castelo Branco, uma iniciativa organizada pela Casa Comum das Tertúlias e pelo Clube de Castelo Branco, a organização convidou todos os elementos que integram o Grupo de Trabalho para a criação duma REDE CULTURAL e para a elaboração de uma CARTA PATRIMONIAL DA BEIRA BAIXA (e não do Distrito de Castelo Branco), por todos os motivos, uma vez que uma das iniciativas foi a tertúlia que decorreu a 6 de Outubro de 2007, pelas 21h 30m, onde o tema era, precisamente, a Apresentação da "Rede Cultural" pelo Dr. Lopes Marcelo (coord.) Gr. Trab. da SAMFTPJ para a Carta Patrimonial da Beira Baixa, estando anunciada a presença da Dra. Aida Rechena (Dir. Museu Francisco Tavares Proença Jr.) que acabou por não estar presente.

Este Grupo de Trabalho, que também integro enquanto sócio da SAMFTJ, sempre se reclamou da Beira Baixa e não do Distrito de Castelo Branco. São realidades e conceitos distintos! A Beira Baixa tem 13 concelhos e o Distrito de Castelo Branco só 11 (ou seja, menos Mação e Pampilhosa da Serra). E não se trata apenas do número dos concelhos…»

MEUS CAROS , COMO DIZ O OUTRO, ORGANIZEM-SE