Ranger, o cão guarda do Museu


Fotos de António José Veríssimo Teixeira Bispo a quem agradeço a sua cedência

O Ranger foi o guarda do Museu Francisco Tavares Proença Júnior com maior tempo de serviço. Basta dizer que possuia horário continuo, 24 por 24 horas. Era um cachorro inteligente, mas que impunha cá um respeitinho. Não gostava de um funcionário porque quando era pequeno fora por ele sovado. Gostava das crianças, mas nem todos os visitantes eram do seu agrado. Era vê-lo ladrar ao pé das grades quando no exterior passavam ciganos. Hoje diriam que o bicho era racista, mas ele lá teria as suas razões. Viveu muito tempo e morreu tranquilamente no local onde sempre viveu, no Museu. Eu vim morar e trabalhar para Idanha-a-Velha e o Ranger ainda durou mais algum tempo. Contaram-me que nos últimos dias de vida, o cão já mostrava que o irremediavel iria acontecer, então o Director mandou abrir uma cova no logradouro do Museu para lá ser enterrado o Ranger. Diligentes os funcionários aprontaram a cova dias antes do desfecho final, mas inteligente como era, o Ranger foi morrer dentro dela, foi só enterrá-lo.
Esta é a minha homenagem e a minha memória do Ranger.