Museu de Castelo Branco. O catálogo de 1980


Já lá vão 26 anos sobre a publicação do catálogo do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, da autoria do Director na altura, Dr. António Forte Salvado, com quem tive a felicidade de trabalhar por algum tempo. Ficamos a saber que na altura o Museu possuia no rés do chão 10 salas de exposição (2 de arqueologia, 1 sobre a arte rupestre do Vale do Tejo, 1 sobre armaria, 1 sobre cerâmica artística e as restantes contendo epigrafia romana, portuguesa e elementos arquitectónicos de épocas diversas. No 1º andar possuia objectos em exposição na galeria, na capela e respectiva sacristia, sala de etnografia, duas salas de exposição permanentes de colchas de Castelo Branco, sendo as restantes 9 salas recheadas de pintura, panos de arrás, mobiliário, e outra arte decorativa que abarcava desde o século XVI ao XIX. Por fim existia o Salão nobre onde sempre havia exposições temporárias e uma pequena sala de arte moderna.
Para além das salas de exposições o Museu ainda era composta por uma sala para recepção de visitantes e onde era possível se adquirir publicações e algum artesanato, gainetes vários (direcção, secretaria, biblioteca, arqueologia, marcenaria, salas para confecção de colchas, reservas várias).
Hoje o Museu está diferente, mas não para melhor. As obras a que foi sujeito, para além de descaracterizarem o interior do edifício, desfizeram o percurso que muito naturalmente era efectuado. A maior parte das colecções estão em reserva. A arqueologia está pouco representada com uma infima parte da colecção do fundador. A etnografia foi banida assim como a epigrafia portuguesa. Ganhou nalguns aspectos, caso das instalações para a biblioteca, para a recepção, arrumos e gabinetes. O que verdadeiramente se perdeu foram os espaços expositivos mais ligados à população em geral. Em suma devo dizer que este não é já o meu Museu, aquele que eu tanto amei e que no fim tão mal me tratou. Mas não fêz mal, porque eu gostava dele na mesma, com a mesma paixão. Tantas saudades.....